quarta-feira, 8 de junho de 2016

Sabe o que é mãe..

Consciente de que o seu apreço pela leitura é igual ao meu pela escrita,  decidi usar papel e caneta pra melhor me comunicar, já que com palavras ditas somos muito mais duras e objetivas que queremos ser.
Fiquei muito pensativa sobre seu comentário de "nojo" ao saber que eu estou me relacionado com duas pessoas ao mesmo e honesto tempo, sem enganar ou magoar ninguém.
É claro que tenho ciência mãe, de que sua geração não foi nem de perto preparada pra algo assim, já que naquela época, envolvimentos entre mais de duas pessoas remetia à adultério, machismo, mentira e desrespeito.
Eu apoio sua aversão à tudo que é desonesto e maldoso. Conheço e me orgulho muito do seu caráter e honestidade com as pessoas com quem convive.
Mas, algumas questões as quais você é contra, são apenas resultados da falta de aceitação,  costumes e experiências passadas, sabe?
Eu não sei o quanto é trabalhoso ser mãe de uma menina que está se descobrindo uma mulher fora dos padrões convencionais. 
Eu não sei porque eu não tenho filhos e, por mais que eu tenha passado bons anos da minha vida ansiando por isso, hoje nem tenho certeza se eu quero ou tenho capacidade pra ter.
Eu olho pra você mãe, e vejo tanta garra e generosidade em ter dedicado tanta coisa da sua vida pra garantir o meu bem, independente de qualquer luxo ou futilidade; tanto empenho, tanto trabalho pra pagar pela nossa comida e cama quentes, que sinceramente eu não tenho certeza alguma de que eu seria tão foda assim.

Peço desculpas por não ter te dado um neto até hoje, por não ter constituído uma família pra te deixar mais contente, tranquila e realizada. Eu sei o quanto isso significa pra você  e sei também o quão mais simples e fácil é poder falar pros outros de um filho que não se diferencie tanto, sendo visto, julgado com maus olhos. 
Sei também que não é por mal que você me julga, você apenas quer o meu bem, "pois a vida assim não é fácil, você sabe." (Foi essa frase que me disse uma vez e nunca, jamais esqueci.) Nunca esqueci porque você tem total razão. Não é nada fácil, realmente. 
Mas pensa comigo: 
Na nossa vida, o que é que foi fácil? 
Você cresceu lutando e eu já nasci prematura,  resistindo à duas tentativas pesadas de aborto às quais sobrevivi.
E somos eu e você, a 26 longos e sofridos anos. Nos apoiando sempre uma na outra, depois dos meus cortes e dos seus infinitos curativos. Ainda somos nós, independente de quem mais você ame, ou de quem eu deixe fazer parte da minha vida.
Somos nós duas, mãe. 
Em todos oa momentos mais difíceis, em que a gente abre mão de toda a pose de duronas e se abraça com cara de bestas, choronas.
Eu te admiro tanto como mulher cara, e sei que eu preciso aprender muita coisa pra ter um terço dessa fibra e caráter aí. 
Mas, queria muito que você se permitisse perceber que eu também tô aqui pra ensinar um pouco a você. Algumas coisas a respeito do mundo de agora, de todo esse processo atual de desconstrução de antigos valores, onde as pessoas exploram mais da vida e das relações, buscando se conhecer de formas diferentes e entender o real sentido da satisfação, que não necessariamente é formar uma família que se consiste em duas pessoas que se casam, tem filhos e empregos padronizados.
Assim como também pode ser. Oras! 
Porque não? Posso muito bem seguir o primeiro caminho, como também posso não fazer.
A única coisa que te garanto mãe, é que eu não quero fazer mal à ninguém,  muito menos à você. 
A gente segue se apoiando, que uma hora as confusões se desconfundem e cada vez mais a gente conseguirá se entender.
Eu te amo, te respeito e acredito muito que o que você mais deseja é me ver crescer. Só não se esqueça que desde pequena, é você quem me ensina que os caminhos que eu vou percorrer, eu mesma escolho e eu mesma assumo as consequências. 
Não deixo de te agradecer por sempre estar me esperando de braços abertos quando eu retorno e preciso do seu aconchego. 
Muito obrigada por tudo que já me deixou e sei que ainda deixará ser.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Na verdade quem vê de longe não entende os reais motivos que levam uma pessoa a se manter em uma relação sem futuro, porque quem vê de longe, vê com clareza, com praticidade, mas só vê;
Não sente, não ama.
E ver, eu também vejo, pois amor só é cego em novelas. Além de ver, eu sei o quanto não é certo.
Mas aí aguento um pouquinho, só mais um pouquinho...
Tentando adiar um fim que dói antes mesmo de ser..

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

As vezes penso que poderia ficar sozinha ateh o fim dos meus dias numa boa
Mas em outras vezes me dá um medo desgraçado de não poder dividir a minha vida com alguém.
Em dias como esse eu percebo o quanto isso é possível ao entender que talvez (ou mais que provavelmente) eu não leve o menor jeito pra relacionamentos. Ainda mais um intenso como esse.
Onde eu experimento todas as sensações que não conheço:
A de me sentir burra perto de uma pessoa, a de me sentir impotente, a de me sentir incapaz de resolver qualquer pequeno problema, a de não ser suficientemente boa, a de não satisfazer como deveria, a de querer mais que tudo que dê certo e não conseguir mexer.. Congelar, vacilar..

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tá virando bagunça!

http://www.verdadegospel.com/filho-de-casal-de-lesbicas-passa-por-mudanca-de-sexo/#.UVwz_-7Qnjp.facebook


Essas coisas me entristecem.
Não é porque sou lésbica, que desejo que minha filha também seja.
É claro que as pessoas tem que se aceitar do jeito que são. Concordo plenamente.
Mas daí uma criança querendo mudar de sexo, sendo que ainda não tem maturidade alguma pra uma decisão tão séria, pra mim é palhaçada!
O homossexualismo tá virando modismo, tá perdendo o sentido.
Acredito num amor que não tem cor, não tem sexo, nem barreiras.
Mas o que vejo nos jornais, no Facebook e nas ruas é bagunça!
Não tem nada haver com amor ou com maturidade.
As pessoas precisam olhar mais pra dentro e procurar entender de fato o que gostam e o que querem pra si mesmas ao invés de ficarem olhando pra fora, copiando os pais, as novelas e os coleguinhas.
- Como eu disse, leva um tempo até tudo se normalizar.
Você desaperta o 'Pause' e retoma sua vida de onde parou antes de conhecer a pessoa. Então, da mesma maneira que você precisou se acostumar com o fato de dividir sua vida com alguém, precisa se acostumar a ser livre de novo..
E ver o lado bom da situação que se encontra agora, é claro.
Não é difícil, é só exercitar a sua mente. Diariamente..
O problema de ser uma pessoa intensa é que sua vida se resume em felicidades extremas e tristezas absurdas.
E essas oscilações desgastam.
As vezes só precisamos de dias calmos, mornos e leves..
"Eram três olhares famintos. Três pares de mãos curiosas. Três bocas com gosto de vinho. Três línguas. Três excitações. Três peles diferentes. Três suores. Três intensidades. Três sorrisos de satisfação. Eram três. Três pessoas que dormiram exaustas e felizes."

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ninguém Escapa.

Quando terminamos um relacionamento de maneira triste, decidimos a partir daí, agir com razão para que não soframos novamente no caso de qualquer outro tipo de decepção.
O problema é que isso só funciona na teoria, na prática tem um prazo de validade indeterminado. Pois cedo ou tarde a gente conhece um outro alguém que desestrutura todo esse plano infalível e bagunça as coisas de novo.
O mundo tá
 cheio de gente linda.
Gente interessante. Gente encantadora..
E quando conhecemos e passamos a conviver com alguma dessas pessoas, inevitavelmente nos apegamos à elas.
E aí acontece tudo de novo. E termina tudo de novo ..

A vida é feita de ciclos que começam e terminam consecutivamente
E a gente vai aprendendo, sofrendo, tropeçando..
Ainda que alguns fiquem ariscos, retraídos, encolhidos com medo..
A verdade é que ninguém pode evitar isso.
Ninguém escapa. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Despedida.

Eu vou sentir falta do seu cheiro.
Eu vou sentir falta do seu beijo.
Vou sentir falta do seu abraço e também dos seus pés gelados...
Vou sentir falta até mesmo da sua bagunça.
E, principalmente, vou sentir falta de nós.
Nós juntas, grudadas, jogadas no colchão da sala. Nós.. Nos amando por todos os cantos da casa..
Juro que vou fazer bastante força pra lembrar bem mais disso e ir apagando com o tempo as lembranças desse filme de terror que tá acontecendo agora.
Eu vou fazer o possível pra me lembrar do quanto fomos felizes antes de sermos tão tristes. Sabe porquê? Porque eu não sei lidar com a dor. Nunca fui boa nisso.
Então, eu vou fugir do sofrimento como o diabo da cruz.
Nunca sofri tanto por alguém. E parando pra pensar.. Eu bem entendo.
Afinal, eu também nunca amei tanto alguém assim..
Estou escrevendo, pois as forças pra falar já acabaram.
Só quero que saiba que apesar de TUDO, eu desejo de coração que seja feliz e que que não faça isso de novo com outra pessoa.
Não desejo à ninguém esse sentimento horrível.

Boa sorte na sua nova vida!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Blues da piedade - Cazuza



    Ainda que eu não tenha acompanhado a carreria de Cazuza, sinto por ele uma saudade doída.
Como se tivéssemos convivido, como se tivéssemos sido muito próximos.
Isso se deve à maneira como ele se expressava através de suas músicas,
e como envolveu e ainda envolve muitas pessoas que se identificam com as letras dele.
Cazuza morreu quando eu tinha um ano apenas, mas sua música fez com que ele passasse a viver de maneira diferente; Sua música fez com que ele passasse a viver dentro do coração de cada um dos seus fãs.
Viva Cazuza!